Teste Fermentação do Leite – Queijos
PONTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS PARA PRODUÇÃO DO QUEIJO COM VISTAS A REDUZIR O PROBLEMA DE ESTUFAMENTO:
- É necessário a FERMENTAÇÃO DE QUALIDADE, isto incluiu a presença de bactérias láticas, via um bom fermento.
- A CONTAMINAÇÃO por esporos está naturalmente presente na terra, no esterco e no ambiente da produção leiteira. Cuidados devem ser adotados para afim de evitar que estes materiais cheguem até o leite recém ordenhado.
- No preparo da silagem, evitar ao máximo a contaminação por terra no capim, milho etc. Procurar observar métodos que permite a ensilagem “limpa”, não carreando terra ou resíduos.
- Ponto muito importante após a abertura da silagem.
- SILAGEM, hermética. Medir o pH após o período de fermentação. Ponto chave.
- Observar o mesmo na área de ordenha. Evitar a movimentação que levante poeira. Isto é um ponto chave, pois é na sala de ordenha que o leite contamina com muita facilidade por bactérias esporuladas.
- Rever, se necessário, todos os procedimentos relacionados à movimentação do gado, presença de resíduo de esterco (principalmente esterco SECO), na área de ordenha. Outro ponto de acesso muito importante das bactérias esporuladas causadoras do estufamento tardio, é via o esterco dos animais. ESTE PONTO É MUITO DESPREZADO NA PRODUÇÃO LEITEIRA QUE VISA LEITE DE QUALIDADE PARA PRODUÇÃO DE QUEIJOS.
TESTE DA FERMENTAÇÃO DO LEITE
Este teste visa apreciar a qualidade microbiológica do leite para fabricação de queijos. É um método simples, aproximativo, mas uma ferramenta que apoia em muito o queijeiro que necessita de leite de boa qualidade no que diz respeito a flora presente.
Pela velocidade de coagulação do leite e o aspecto da coalhada formada, podemos obter indicações quantitativas e principalmente qualitativas sobre o que realmente existe no leite (leite cru).
PROVA:
Consiste em manter o leite em uma temperatura de 37º C (pode usar uma estufa ou um banho maria) até o MOMENTO em que, devido à influência do desenvolvimento dos microrganismos, ele coagula naturalmente. Em outras palavras, ao deixar o leite a ser testado, na temperatura de 37ºC, em algum momento ele irá coagular.
É necessário portanto, acompanhar este período de fermentação, anotando o TEMPO DECORRIDO ATÉ A COAGULAÇÃO, AS PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DA COALHADA FORMADA.
TÉCNICA:
Em um tubo de ensaio nas dimensões de 16 x 150 mm, esterilizado, coloca-se assepticamente 10 ml do leite a examinar. Tampar e colocar em estufa ou banho-maria à 37°C.
Após 18 a 24 horas, examinar os tubos e fazer a interpretação segundo o aspecto, odor e tipo de fermentação.
RESULTADOS:
COÁGULO HOMOGÊNEO:
ASPECTO DA COALHADA ® COMPACTA, com pouco soro na superfície, com algumas bolhas ou riscos na superfície, branco, fosco e odor um pouco ácido.
Consequências tecnológicas ® a flora lática presente neste leite não ocasiona problemas de fabricação ou de fermentação; leite apto para uso.
COÁGULO FLOCULOSO:
ASPECTO DA COALHADA ® COALHADA EM FLOCOS, desprendimento de soro branco ou amarelo.
Consequências tecnológicas ® sabor desagradável, gosto de batata em manteiga e queijo, gosto de ranço.
Origem dos germes ® DEFICIÊNCIA DE HIGIENE E SANITIZAÇÃO.
COÁGULO DIGERIDO:
ASPECTO DA COALHADA ® ALVEOLAR, soro no fundo do tubo, esponja retraída.
Consequências tecnológicas ® ESTUFAMENTO TARDIO, putrefação branca em massas cozidas ou prensadas.
Origem dos germes ® silagens, polpas de frutas e fezes.
COÁGULO SULCADO:
ASPECTO DA COALHADA ® BOLHAS NA COALHADA, odor desagradável, aspecto ligeiramente esponjoso.
Consequências tecnológicas ® sabor desagradável em queijos, ESTUFAMENTO PRECOCE (coliforme), presença de gás nos produtos.
Origem dos germes ® forragens, excrementos, deficiência de higiene e sanitização.
COÁGULO CASEOSO:
ASPECTO DA COALHADA ® COALHADA MAIS OU MENOS DEPOSITADA, soro esverdeado, pouco ácido.
Consequências tecnológicas ® gosto amargo, ranço, gosto de bolor, gosto de azedo.
Origem dos germes ® poluição atmosférica dos estábulos (distribuição de forragens), deficiência de higiene e sanitização.
AUSÊNCIA DE COÁGULO:
Causas ® leite muito pobre em flora lática, presença de antibióticos e antissépticos, leite mamitoso, filante odor ruim, coloridos com depósito de pus.
Consequências tecnológicas ® leite impróprio para iogurtes e queijos e ao tratamento térmico.