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Requeijão Cremoso Light

Basicamente o que difere um requeijão cremoso light de um requeijão cremoso tradicional é a redução do teor energético do primeiro em relação ao segundo.
Assim sendo para elaboração de um requeijão light é necessário a comparação a um requeijão tradicional reduzindo suas calorias. Tal redução deverá ser de 25% no teor energético total e uma diferença maior que 3 gramas de gordura por 100 gramas do produto do light para o tradicional.

Composição média do produto

Físico Químicas:EST: 35%
Gordura: 11 a 12%
ESD: 20 a 23%
GES: 35%
pH: 5,80 a 5,90
Sal: 0,70%

Tecnologia

Matéria prima:
Leite: leite desnatado pasteurizado (máximo de 0,5% de gordura) com demais características físico químicas normais para leite de boa qualidade.
Creme: Utilizar o creme do desnate, pasteurizar a 80ºC/10 minutos ou em equipamento pasteurizador HTST também a 80ºC/ 16 segundos.
Para melhor padronização de todo o processo regular o teor de gordura do creme em 50% ±1 e acidez máxima de 18ºD. O creme deve ser adicionado a quente (55 – 60ºC).

Ingredientes:

  • Cloreto de sódio: sal refinado isento de impurezas.
  • Sal fundente: a base de polifosfatos com capacidade média de desintegração da proteína combinados com médio efeito cremificante e igual ação tampão. Promove o deslocamento do pH em +0,1-+0,3. Uso normal até 2%. Lège Cremoso.
  • Sal corretor: juntamente com o sal de fusão irá auxiliar na emulsão dos ingredientes láticos com água. Massa com pH elevado utilizar corretor ácido e pH ácido utilizar corretor alcalino. Lège Corretor.
  • Conservante sorbato de potássio: calcular em torno de 0,03% sobre a quantidade final de produto.
  • Conservante nisina.
  • Concentrado protéico de soro (wpc) – Docina Nutrição.
  • Ácido lático 85% para o preparo da massa.
  • Água.

Preparo de massa:
Desnatar o leite e aquecê-lo a temperatura de 50ºC.
Adicionar 0,3% de ácido lático, calculados sobre o volume de leite (para cada 300 ml de ácido diluir em 2000 ml de água industrial).
O aquecimento do leite poderá ser feito com injeção direta de vapor ao tanque de preparo, com a adição do ácido distribuído por toda a extensão do leite.
Verificar a preciptação imediata com liberação de soro esverdeado. Mexer a massa como se estivesse “filando” mussarela.
Retirar o soro e efetuar a lavagem da massa até acidez máxima de 3ºD nesta água. Ideal a lavagem com água gelada (máxima de 5ºC) no mesmo volume do tanque utilizado.
Eliminar o toda a água e prensar no tanque (ideal dreno prensa) pneumática a 40 libras/pol² por 40 minutos. Após a prensagem armazenar em câmara frigorífica de estocagem (máx. 5ºC) por até 60 dias (dependendo das condições de prensagem e temperatura de armazenagem).

Fusão:
Opção 1.:
Para equipamentos dotados de: sistema de vácuo, raspador, motor lento (1800 rpm) e motor rápido (3600 rpm).
Pesar todos os ingredientes (massa, creme, sal fundente, sal e água prevista).
Adicionar ao equipamento: massa, sal, sal corretor, sal fundente e água calculada.
Fechar o equipamento e ligar: vácuo, raspador, motor lento (1800 rpm) e vapor direto até 95ºC.
Ao atingir a temperatura, desligar o vapor e permanecer ligado o vácuo, raspador e motor lento por 1 minuto.
Terminada esta operação, desligar o motor lento e ligar o motor rápido (3600 rpm) juntamente com o raspador e vácuo por 1 minuto.
Desligar e adicionar o creme juntamente com os conservantes. Ligar novamente o vácuo, raspador e vapor até atingir 95ºC.
Desligar o vapor, ligar o motor lento e deixar por mais 40 segundos. Ponto final.
Desligar o equipamento na seguinte ordem: vapor, motor lento, vácuo e raspador.
Tempo médio de processamento: 5 minutos

Opção 2.:
Para equipamentos dotados: somente motor rápido (3600 rpm). Sem raspador, sistema de vácuo e motor lento.
Pesar todos os ingredientes (massa, creme, sal fundente, sal e água prevista).
Adicionar ao equipamento: massa, sal, sal corretor, sal fundente e água calculada, adicionando em camadas.
Fechar o equipamento e ligar: vapor direto e motor até 95ºC.
Terminada esta operação, desligar o vapor e motor, verificar a fusão. 
Adicionar o creme juntamente com os conservantes. Ligar novamente o motor e deixar atingir 95ºC. Desligar o vapor e motor. Ponto final.
Desligar o equipamento na seguinte ordem: vapor e motor.
Tempo médio de processamento: 5 minutos.
A formulação final é baseada na contribuição que cada componente da matéria prima fornece somados a umidade (água).
O equipamento ideal para este tipo de produto é a utilização de fundidoras de elevada velocidade (até 3500 rpm), dotadas de sistema de vácuo, temperatura e adição de vapor direto e indireto.

Formulação prática com 25 quilos finais:
Componentes: massa (35% est), creme (50% de gordura), sal comum (0,85% sobre a formulação final), sais de fusão (0,7% sobre a formulação final).

Formulação final: gordura (11%), umidade (70 a 72%), sal (0,6%) e GES (55%):  

Produto Quantidade (quilos) est gordura umidade sal pH
Massa 10 3,5 6,5 4,8
Creme 5,53 2,765 2,765 2,765 6,5
Fundente 0,130 0,130 9
Sal 0,145 0,145 0,145 7,2
Corretor alcalino 0,040 0,040 12
WPC 0,360 0,3456   0,0144   6,9
Água condensada 0,500 0,500 7,2
Água adicionada 8,295 8,295 7,2
Total 25 6,925 2,765 18,05 0,145
Especificação (%) 100 27,70 11,05 72,300 0,6 5,9

Conservantes: sorbato de potássio 30 grs e nisina 5 grs/100 quilos finais.
*Variações de ± 1 aceitável.

Embalagem:
O envase deste tipo de produto deve ser imediato, normalmente em copos de vidro ou plástico resistente a temperatura de descarga do requeijão que é em torno de 95ºC.
A sequência ideal deve ser: enchimento e fechamento dos copos com resfriamento a temperatura final 10 – 12ºC em no máximo 5 minutos. Armazenagem final a temperatura de 5ºC.
A validade real será determinada pelas condições do processo, qualidade da matéria prima empregada e condições de armazenagem e distribuição. Comercialmente adota-se até 60 dias da data de fabricação para vida útil deste produto.

Pontos críticos no processamento:
est.: extrato seco total = extrato seco desengordurado por se tratar de uma massa elaborada com leite desnatado.
água condensada: fornecida via equipamento (vapor) e incorporada no produto, deve ser quantificada e subtraída da água total a ser adicionada.
% de matéria gorda do creme.
% de est da massa.
pH da massa.
o sal fundente deve ser selecionado em função do tipo de produto final.
temperatura e tempo de aquecimento.
tempo de agitação ação mecânica.

pH da massa:
O pH da massa é o ponto chave na elaboração de qualquer tipo de requeijão.
Massa ácido lático: para fusão de massas ácidas (pH 4,80 a 5,20) utilizar o sal fundente “universal” combinado com o sal fundente corretor alcalino.
Massa ácido cítrico: para fusão de massas com pH mais elevado (pH 5,50 a 5,70) utilizar o sal fundente “universal” combinado com o sal fundente corretor ácido.
Em ambos os tipos de massa (cítrico ou lático) o pH final do requeijão copo tradicional deve se situar na faixa de 5,60 a 5,90.

Portanto:
massa ácido lático (pH 4,80 a 5,20) + sal fundente (desloca o pH até 0,30) + sal corretor alcalino (desloca o pH até 1,00) = requeijão com pH de 5,60 a 5,90 e;
massa ácido cítrico (pH 5,50 a 5,70) + sal fundente (desloca o pH até 0,30) + sal corretor ácido (desloca o pH até 1,00) = requeijão com pH de 5,60 a 5,90.

Concentrado proteico de soro (wpc): utilizado como ingrediente que irá substituir parte da gordura retirada na formulação light mantendo a cremosidade, textura e espalhatabilidade do requeijão, reduzindo também o teor energético do produto final.

Para cada quilo de matéria gorda retirado de uma formulação tradicional de requeijão adicionar cerda de 130 a 135 gramas de wpc.