Requeijão Creme Suiço
Este requeijão perdeu-se num tempo onde ainda andava-se de bonde. Apresentamos uma tecnologia originalmente processada com leite “cru” adaptada para se trabalhar com leite pasteurizado e fermentação lática.
Muito do sucesso dos requeijões regionais se davam ao fato do sabor “leiteiro” traduzidos por um leite de qualidade influenciado pelo manejo leiteiro, como alimentação,, raça dos animais e clima.
O rendimento médio situa-se na faixa de 5,5 a 6 litros de leite por quilo de requeijão.
A massa apresenta pH final na faixa de 4,80 a 5,20, sendo necessário a utilização de bicarbonato de sódio (seguindo a tradição antiga) como corretor e também fundente de característica alcalina. Originalmente é um requeijão que vai do semi cremoso ao firme (barra).
Composição média do produto
Físico Químicas EST: 45% |
Tecnologia – matéria prima:
Leite: leite desnatado pasteurizado (máximo de 0,5% de gordura) com demais características físico químicas normais para leite de boa qualidade.
Creme: Utilizar o creme do desnate, pasteurizar a 80ºC/10 minutos ou em equipamento pasteurizador HTST também a 80ºC/ 16 segundos.
Para melhor padronização de todo o processo regular o teor de gordura do creme em 50% ±1 e acidez máxima de 18ºD. O creme deve ser adicionado a quente (55 – 60ºC).
Ingredientes:
- Cloreto de sódio: sal refinado isento de impurezas.
- Sal fundente: a base de citrato de sódio. Uso normal até 2%.
- Bicarbonato de Sódio: juntamente com o citrato irá auxiliar na emulsão dos ingredientes láticos com água.
- Conservante sorbato de potássio: calcular em torno de 0,03% sobre a quantidade final de produto.
- Fermento lático industrial composto de Lactococcus lactis subsp. Cremoris e Lactococcus lactis subsp. Lactis.
- Água .
Preparo de massa (opção 1):
Desnatar o leite e aquecê-lo a temperatura de 30ºC em tanque de parede dupla.
Adicionar 3 a 5% de fermento lático industrial e deixar fermentar por 4 a 6 horas até que atinja o pH de 4,6 ou acidez em torno de 70ºD.
Iniciar mexedura lenta com aquecimento de vapor indireto até atingir 75ºC (verificar a formação de uma massa firme com desprendimento de soro esverdeado).
Retirar a totalidade do soro e efetuar duas lavagens com água industrial ou gelada (de preferência) na proporção de 5 vezes a quantidade da massa para cada lavagem.
A acidez final da água de lavagem deverá ser de 1ºD ou nula (ideal).
Após as lavagens, retirar a água e prensar por 30 minutos com 40 libras /pol² (ideal dreno prensa).
Após a prensagem armazenar em câmara frigorífica de estocagem (máx. 5ºC) por até 60 dias (dependendo das condições de prensagem e temperatura de armazenagem).
Preparo de massa (opção 2):
Desnatar o leite e aquecê-lo a temperatura de 35ºC em tanque de parede dupla provido de tampa.
Adicionar 1% de fermento lático industrial e deixar fermentar por 8 horas até que atinja o pH de 4,6 ou acidez em torno de 70ºD.
Iniciar mexedura lenta com aquecimento de vapor indireto até atingir 65ºC (verificar a formação de uma massa firme com desprendimento de soro esverdeado).
Retirar a totalidade do soro e efetuar duas lavagens com água industrial ou gelada (de preferência) na proporção de 5 vezes a quantidade da massa para cada lavagem. A acidez final da água de lavagem deverá ser de 1ºD ou nula (ideal).
Após as lavagens, retirar a água e prensar por 30 minutos em 40 libras /pol² (ideal dreno prensa).
Após a prensagem armazenar em câmara frigorífica de estocagem (máx. 5ºC) por até 60 dias (dependendo das condições de prensagem e temperatura de armazenagem).
Tratamento com a massa:
Após 24 horas do processamento a massa deverá ser moída ou triturada e acondicionada com 30% do seu peso em creme. Deverá novamente ser armazenada em câmara fria por um período de 1 semana. Após este período poderá ser processada normalmente.
Fusão
Tacho aberto:
Tradicionalmente este tipo de requeijão é elaborado em tachos abertos com misturadores do tipo “filador”.
A fusão é iniciada com adição da massa ao tacho e aquecimento com no máximo 10 lbs/pol² na pressão do mesmo. A esta massa adiciona-se o sal e parte do bicarbonato de sódio diluído em parte de água.
Visualmente observa-se a incorporação do creme e água, transformando-se em uma pasta homogênea e muito aromática. No decorrer do processamento a massa rígida deverá dar lugar a uma pasta homogênea que absorva o restante do creme de leite e água se necessário.
O citrato de sódio deverá ser adicionado em até 2% pesados sobre a massa e dosado gradativamente conforme a mudança de estados (massa para pasta).
O aquecimento final deverá ser de 85ºC com a adição do restante do creme e água calculados num tempo médio de 40 minutos para uma tachada de 150 quilos de produto final.
Pressão final no tacho de processamento: 20 lbs/pol².
Formulação prática com 25 quilos finais:
Componentes: massa (40% est), creme (50% de gordura), sal comum (0,85% sobre a formulação final), sais de fusão (0,6% sobre a formulação final).
Formulação com gordura (28%), umidade (55%), sal (0,85%) e GES (62%):
Produto | Quantidade (quilos) | est | gordura | umidade | sal | pH |
Massa | 9,718 | 3,887 | – | 5,831 | – | 5,2 |
Creme | 14 | 7 | 7 | 7 | – | 6,5 |
Fundente | 0,150 | 0,150 | – | – | – | 9 |
Sal | 0,212 | 0,212 | – | – | 0,212 | 7,2 |
Água condensada | – | – | – | – | – | – |
Água adicionada | 0,92 | – | – | 0,92 | – | 7,2 |
Total | 25 | 11,249 | 7 | 13,751 | 0,212 | – |
Especificação (%) | 100 | 45 | 26 | 55 | 0,85 | 5,5 |
Conservantes: sorbato de potássio 7,5 grs.
*Variações de ± 1 aceitável.
Autor: Professor Fernando Rodrigues